O país cresce, mas o desemprego entre os jovens é enorme
1 DE JUNHO DE 2008 - 14h18
O país cresce, mas o desemprego entre os jovens é enorme
Atualmente a economia capitalista brasileira passa por momento de relativa estabilidade e crescimento razoável. O Produto Interno Bruto (PIB) cresce na faixa de 4 a 5%. A inflação prevista é bem mais baixa do que os países chamados em desenvolvimento, como a China, a Rússia e a Índia. A crise que abalou a economia americana até agora não conseguiu atingir mais profundamente a economia brasileira. Índices significativos do volume da produção industrial e a previsão animadora da safra agrícola de 2008 - cerca de 143 milhões de toneladas de grãos - aliadas ao esforço governamental de implantação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) possibilitam a projeção de continuidade no processo de crescimento econômico de forma mais sustentado.
Com isso, tem sido criado um volume de empregos formais de certa monta e também há um aumento significativo da massa salarial e da média dos rendimentos em geral. Entretanto, uma série de informações selecionadas a partir de estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, do Ministério do Planejamento) -- divulgadas em artigo do seu Diretor-presidente, economista Marcio Pochmann -- revela que é justamente entre os jovens que a situação de desemprego é mais dramática: há 51 milhões de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos; 66% deles estão fora das salas de aula; apenas 13% estão em curso superior; e somente 48% dos que têm entre 17 e 18 anos estão estudando no ensino médio.
A principal causa alegada para não estar estudando, entre os homens, é ter que trabalhar para ajudar a família; entre as mulheres, é a gravidez. Entre os jovens, 46% não têm emprego; metade dos 54% que estão empregados trabalham sem carteira assinada, ou seja, do total de jovens apenas 27% têm emprego com carteira assinada, e, portanto, gozam de direitos trabalhistas e previdenciários. A situação dos jovens negros é muito dramática, mostra o estudo de Márcio Pochmann. Entre os jovens de todas as cores de pele, 31% podem ser considerados miseráveis, pois possuem renda per capita inferior a meio salário mínimo. E, entre os jovens negros, 70% estão entre os que são considerados pobres.
Esta realidade torna urgente a implementação de medidas já decididas no âmbito governamental -- em matéria de política macro-econômica, de política educacional e de formação técnica, na democratização das informações, da cultura e do esporte - e a criação de novos empregos, para que se possa reverter estas tendências. E, no plano dos movimentos sociais, a mobilização da própria juventude no sentido de lutar por estes objetivos, como tem sido o caso da União da Juventude Socialista, que nestas últimas semanas realiza as últimas etapas estaduais de seu Congresso Nacional que acontecerá em São Paulo , de 12 a 15de junho.
Editorial do portal Vermelho. www.vermelho.org.br
O país cresce, mas o desemprego entre os jovens é enorme
Atualmente a economia capitalista brasileira passa por momento de relativa estabilidade e crescimento razoável. O Produto Interno Bruto (PIB) cresce na faixa de 4 a 5%. A inflação prevista é bem mais baixa do que os países chamados em desenvolvimento, como a China, a Rússia e a Índia. A crise que abalou a economia americana até agora não conseguiu atingir mais profundamente a economia brasileira. Índices significativos do volume da produção industrial e a previsão animadora da safra agrícola de 2008 - cerca de 143 milhões de toneladas de grãos - aliadas ao esforço governamental de implantação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) possibilitam a projeção de continuidade no processo de crescimento econômico de forma mais sustentado.
Com isso, tem sido criado um volume de empregos formais de certa monta e também há um aumento significativo da massa salarial e da média dos rendimentos em geral. Entretanto, uma série de informações selecionadas a partir de estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, do Ministério do Planejamento) -- divulgadas em artigo do seu Diretor-presidente, economista Marcio Pochmann -- revela que é justamente entre os jovens que a situação de desemprego é mais dramática: há 51 milhões de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos; 66% deles estão fora das salas de aula; apenas 13% estão em curso superior; e somente 48% dos que têm entre 17 e 18 anos estão estudando no ensino médio.
A principal causa alegada para não estar estudando, entre os homens, é ter que trabalhar para ajudar a família; entre as mulheres, é a gravidez. Entre os jovens, 46% não têm emprego; metade dos 54% que estão empregados trabalham sem carteira assinada, ou seja, do total de jovens apenas 27% têm emprego com carteira assinada, e, portanto, gozam de direitos trabalhistas e previdenciários. A situação dos jovens negros é muito dramática, mostra o estudo de Márcio Pochmann. Entre os jovens de todas as cores de pele, 31% podem ser considerados miseráveis, pois possuem renda per capita inferior a meio salário mínimo. E, entre os jovens negros, 70% estão entre os que são considerados pobres.
Esta realidade torna urgente a implementação de medidas já decididas no âmbito governamental -- em matéria de política macro-econômica, de política educacional e de formação técnica, na democratização das informações, da cultura e do esporte - e a criação de novos empregos, para que se possa reverter estas tendências. E, no plano dos movimentos sociais, a mobilização da própria juventude no sentido de lutar por estes objetivos, como tem sido o caso da União da Juventude Socialista, que nestas últimas semanas realiza as últimas etapas estaduais de seu Congresso Nacional que acontecerá em São Paulo , de 12 a 15de junho.
Editorial do portal Vermelho. www.vermelho.org.br
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