Série Hoje na História - 14 de junho - Dia do Che

14 de junho – dia de Che

“É necessário endurecer, sem jamais perder a ternura.”

                                                                            Ernesto Guevara La Sierna.

        Nasce em Rosário, Argentina, Ernesto Guevara La Sierna, o Che, herói da revolução cubana, latino-americana e mundial. A 92 anos do seu nascimento e quase 53 anos do seu assassinato, permanece como símbolo da luta por um mundo verdadeiramente justo.

Guevara na foto ícone que o imortalizou

          Em agosto de 2020, completam vinte e três anos que estive em Cuba representando os estudantes do curso de história da Universidade de Caxias do Sul na delegação brasileira que foi ao 14º Encontro da Juventude e dos Estudantes. No Encontro participaram em torno de 12 mil pessoas de 131 países do mundo todo e a principal palavra de ordem era “Solidariedade aos povos”. Fomos recebidos com honras de delegados representantes da juventude de todos os rincões do planeta. As famílias que nos abrigaram na capital Havana e no interior demonstraram o verdadeiro sentido da palavra humanidade. De delegados estrangeiros passamos a ser considerados membros de sua família, da comunidade, da província e até do país. O sentido humanitário praticado cotidianamente no país socialista latino-americano não foi construído de uma hora para outra, é fruto de uma nova sociedade, de um novo modelo de vida que se preocupa em formar o novo homem e a nova mulher. Esta construção vem sendo realizada desde a vitória dos revolucionários cubanos, liderados por Fidel, Camilo, Che e tantos outros que deram seu sangue e sua vida por uma sociedade sem explorados e exploradores.

            E foi na figura do revolucionário comunista Ernesto Guevara La Sierna, um verdadeiro modelo de defensor dos ideais de solidariedade, um homem de ideias, de pensamento profundo, um homem de ação que detinha inúmeras virtudes e das quais destaco a integridade, a honradez suprema a sinceridade absoluta e o profundo sentimento de justiça em prol dos oprimidos de todo o mundo. E estas características não busquei somente nos livros que li, ou nas pesquisas que realizei sobre Che, mas sim no testemunho de cada cidadão cubano ao qual tive contato em 1997, o exemplo de Che não está estampado apenas nos cartazes espalhados pelo país, mas sim marca o rosto das mulheres, dos homens, das crianças dos quatro cantos da ilha, quando defendem com orgulho e sentimento patriótico o grande herói que foi presidente do Banco Nacional, Ministro da Indústria, Comandante Militar e acima de tudo um modelo a ser seguido. Tanto que nos dias de descanso, empenhava-se no trabalho voluntário. Foi o pioneiro e o grande impulsionador dessa prática que continua sendo atividade freqüente de milhares de cubanos. E como comunista, tinha fé, uma infinita fé nos valores morais, na consciência dos seres humanos. E enxergou nesses valores a alavanca fundamental para a construção de uma sociedade sem classes. E o exemplo de Che deve ser seguido por todos que almejam um novo mundo.

        Transcrevo as palavras de Fidel ao discursar na Vigília Solene em memória do comandante Ernesto Che Guevara em outubro de 1967, palavras estas que expressam o verdadeiro símbolo a ser seguido deste tão valoroso combatente.

“Se queremos expressar como aspiramos que sejam nossos combatentes, nossos militantes, nossos homens, devemos dizer se vacilação de nenhuma índole: que sejam como Che! Se queremos expressar como aspiramos que sejam os homens das futuras gerações, devemos dizer: que sejam como Che! Se queremos dizer como desejamos que nossos filhos sejam educados, devemos dizer sem vacilação: queremos que se eduquem no espírito de Che! Se queremos um modelo de homem, um modelo de homem que não pertence a este tempo, um modelo de homem que pertence ao futuro, de coração digo que esse modelo, sem um só mancha em sua conduta, sem uma só mancha em suas atitudes, sem uma só mancha em sua atuação, esse modelo é Che! Se queremos expressar como desejamos que sejam nosso filhos, devemos dizer como todo o coração de veementes combatentes: queremos que sejam como Che!” (Fidel)

Com certeza podemos considerar o herói de todos os povos Che Guevara símbolo de luta e resistência em busca da consolidação do desenvolvimento, da democracia, da soberania, rumo a uma sociedade mais justa para a maioria do povo brasileiro.

Vamos lutar pela vida.

Vamos acreditar em um futuro melhor.

                        Solidariedade e paz aos povos de todo o mundo.

Prof. Saulo Rodrigo Bastos Velasco

Historiador

Especialista em Metodologia do Ensino em Filosofia e Sociologia